Fiquei pensando o que fez vir a tona tamanha emoção, e, confesso: acho que tocou em um ponto que venho trabalhando há algum tempo em minha vida, meu falatório, de mente e de boca.
O filme é As mil palavras, com Eddie Murphy, onde um publicitário que tem o talento de convencer as pessoas através do seu falatório, na verdade não um talento mas a "manha", a "malandragem" de convencer seus clientes, suas relações pessoais e estranhos.
Até que ele precise economizar palavras, por conta de uma arvore que perde uma folha pra cada palavra que ele fale, levando a certeza que as folhas caindo todas, ele perderá a vida.
Ri muito e...chorei muito, sim, chorei.
Pois que é muito difícil você deixar de fazer algo que faz continuamente e espontaneamente quase por um vicio ou ter de passar a fazer algo que pra você seria algo completamente fora da sua rotina e natureza, obrigatoriamente e, ainda, para sobreviver.
No caso dele, o silencio.
Mas não é só isto, para sua sobrevivência tem de entender porque está acontecendo aquilo e o que precisa ser feito pra aquilo retroagir, pra voltar ao estado "natural", ops, e quem falou que algo volta ou retroagi?
A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original
Albert Eistein
A partir do momento que algo começa a acontecer (e mudar) na sua vida, cabe a você entender o movimento, se deixar levar e fazer o seu melhor.
No filme, ao entender o que estava trazendo aquilo, e foi apenas depois que ele cessou seu falatório obrigatoriamente, ele AGIU se "arriscando" a AMAR o outro, a ser VERDADEIRO com o outro, a ser COMPASSIVO e a, finalmente e não menos importante (muito pelo contrário), a PERDOAR seu passado, a si mesmo e ao outro.
Acho que foi o risco mais seguro que ele poderia correr...rs - de um jeito suave, direto e lindo.
Gente, o foco aqui destoou, desculpe, mas sou assim...começo a falar de algo, tendo um objetivo e de repente, puf! A mensagem se multiplica, então vamos lá:
Enxerguei que muitas pessoas (e me incluo aí), em alguns momentos, fala e fala e fala superficialmente, ou seja, nada está no intimo, por diversas vezes todo o falatório não traz a tona suas verdades, as vezes, amigos, falamos pra preencher o vazio...mas, porque temos que preencher o vazio?
Foi no silencio que o personagem conseguiu ver que carregava um trauma (quantos traumas carregamos, quantas cascas temos que tirar?) que tinha que ser resolvido, que talvez era neste trauma que residia todas as outras inverdades que ele passava através de seu falatório diário.
Ao mesmo tempo, a estória e a historia, mostra que não precisamos encontrar um grande trauma para silenciarmos e/ou para identificarmos que nosso falatório diário é inútil, superficial e inverídico. Mas basta observarmos, nos observarmos e trazer VERDADE para a nossa rotina, atras desta verdade, como uma mágica, vem CONTENTAMENTO - pois que ficamos felizes e satisfeito quando somos livres para agir com nossa verdade, AMOR - contentamento e verdade nunca é separado de amor e PERDÃO - caso tenha algo a ser perdoado, a essa altura, já foi... espontaneamente.
Tem uma cena onde ele gargalha muuuito, de uma maneira falsa, e ele enxerga saindo da sua boca muitas folhas de uma forma agressiva até...e é exatamente como enxergo as vezes em que estou falando disparadamente coisas que não vão a lugar nenhum, por motivos esdrúxulos ..na hora do filme é engraçado, mas, analisei e pensei...quanta bobagem a gente fala!
O meu ponto sendo trabalho consiste em silenciar, tão difícil ..mas que tem avançado, no filme quando vi a carinha do personagem, injuriado por ainda não conseguir...me vi.
Quando vi ele enfrentando seus defeitos de uma maneira corajosa...chorei.
Queridos, silenciar é preciso para nos ouvirmos. Precisamos transformar nosso falatório em ações, e ainda, aprender a falar mais com o coração.
Falei muito?!?! rs
Forte abraço!
Namaskar.