terça-feira, 26 de março de 2013

Falatório da mente e da boca

Assisti um filme esta semana que, só não me surpreendeu totalmente porque já tinha lido um post sobre ele em um blog, mas, que me trouxe emoções realmente não esperadas.
Fiquei pensando o que fez vir a tona tamanha emoção, e, confesso: acho que tocou em um ponto que venho trabalhando há algum tempo em minha vida, meu falatório, de mente e de boca.
O filme é As mil palavras, com Eddie Murphy, onde um publicitário que tem o talento de convencer as pessoas através do seu falatório, na verdade  não um talento mas a "manha", a "malandragem" de convencer seus clientes, suas relações pessoais e estranhos.
Até que ele precise economizar palavras, por conta de uma arvore que perde uma folha pra cada palavra que ele fale, levando a certeza que as folhas caindo todas, ele perderá a vida.

Ri muito e...chorei muito, sim, chorei.
Pois que é muito difícil você deixar de fazer algo que faz continuamente e espontaneamente  quase por um vicio ou ter de passar a fazer algo que pra você seria algo completamente fora da sua rotina e natureza, obrigatoriamente e, ainda, para sobreviver.
No caso dele, o silencio.
Mas não é só isto, para sua sobrevivência  tem de entender porque está acontecendo aquilo e o que precisa ser feito pra aquilo retroagir, pra voltar ao estado "natural", ops, e quem falou que algo volta ou retroagi?


A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original
Albert Eistein


A partir do momento que algo começa a acontecer (e mudar) na sua vida, cabe a você entender o movimento, se deixar levar e fazer o seu melhor.
No filme, ao entender o que estava trazendo aquilo, e foi apenas depois que ele cessou seu falatório obrigatoriamente, ele AGIU se "arriscando" a AMAR o outro, a ser VERDADEIRO com o outro, a ser COMPASSIVO e a, finalmente e não menos importante (muito pelo contrário), a PERDOAR seu passado, a si mesmo e ao outro.
Acho que foi o risco mais seguro que ele poderia correr...rs - de um jeito suave, direto e lindo.
Gente, o foco aqui destoou, desculpe, mas sou assim...começo a falar de algo, tendo um objetivo e de repente, puf! A mensagem se multiplica, então vamos lá:
Enxerguei que muitas pessoas (e me incluo aí), em alguns momentos, fala e fala e fala superficialmente, ou seja, nada está no intimo, por diversas vezes todo o falatório não traz a tona suas verdades, as vezes, amigos, falamos pra preencher o vazio...mas, porque temos que preencher o vazio?
Foi no silencio que o personagem conseguiu ver que carregava um trauma (quantos traumas carregamos, quantas cascas temos que tirar?) que tinha que ser resolvido, que talvez era neste trauma que residia todas as outras inverdades que ele passava através de seu falatório diário.
Ao mesmo tempo, a estória e a historia, mostra que não precisamos encontrar um grande trauma para silenciarmos e/ou para identificarmos que nosso falatório diário é inútil, superficial e inverídico. Mas basta observarmos, nos observarmos e trazer VERDADE para a nossa rotina, atras desta verdade, como uma mágica, vem CONTENTAMENTO - pois que ficamos felizes e satisfeito quando somos livres para agir com nossa verdade, AMOR - contentamento e verdade nunca é separado de amor e PERDÃO - caso tenha algo a ser perdoado, a essa altura, já foi... espontaneamente.

Tem uma cena onde ele gargalha muuuito, de uma maneira falsa, e ele enxerga saindo da sua boca muitas folhas de uma forma agressiva até...e é exatamente como enxergo as vezes em que estou falando disparadamente coisas que não vão a lugar nenhum, por motivos esdrúxulos ..na hora do filme é engraçado, mas, analisei e pensei...quanta bobagem a gente fala!
O meu ponto sendo trabalho consiste em silenciar, tão difícil ..mas que tem avançado, no filme quando vi a carinha do personagem, injuriado por ainda não conseguir...me vi.
Quando vi ele enfrentando seus defeitos de uma maneira corajosa...chorei.

Queridos, silenciar é preciso para nos ouvirmos. Precisamos transformar nosso falatório em ações, e ainda, aprender a falar mais com o coração.
Falei muito?!?! rs
Forte abraço!
Namaskar.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Em frente e avante :D

Adorei esta postagem do site: www.365sorrisos.tumblr.com , aliás gosto de todas e acesso todos os dias pra ver...mas esta, não resisti em postar aqui no blog:
Pratique Santosha, contentamento sempre...alegria sempre!
Saia da inércia, saia do tédio.
Hare! Jaya!
Forte abraço.
Namaskar _/\_

sexta-feira, 1 de março de 2013

Invocação para Patañjali ensinado por B.K.S Iyengar


Invocação para Patañjali ensinado por B.K.S Iyengar


O que acontece quando unimos duas grandes personalidades do Yoga?



Para muitos, Yoga significa posturas físicas. No entanto, quem se aprofunda mais um pouco percebe que Yoga é um termo muito abrangente que chega a abarcar mais de 10 modalidades de práticas diferentes. Um dos grandes pensadores do multifacetado Yoga é um ser quase que mítico, conhecido como Patañjali. Sua existência é tão misteriosa que até hoje paira a dúvida se Patañjali foi uma pessoa ou um grupo que livremente assinava uma obra filosófica, linguística e mística.
Em contraponto temos um dos maiores nomes do Asana (posturas físicas) do Yoga, B.K.S Iyengar. Para muitos ocidentais fundar uma nova modalidade de uma prática milenar significa “sair do espaço comum e gerar mais visibilidade para o seu yoga bussiness”. No entanto, Iyengar, logo no início de sua prática, possuía muitas limitações de saúde e para vencê-las utilizou ajustes e objetos intermediários nos asanas. Soldou tudo isso com o fogo do conhecimento milenar do Yoga, com rituais, mantras e filosofia de vida (Yamas e Niyamas) e sistematizou um dos mais respeitados sistemas de prática do mundo.

Sobre Patanjali


 Na tradição do Yoga, Patañjali é um nome muito reverenciado pois é considerado uma emanação divina que veio para difundir os princípios do Yoga. Autor de obras primas e reverenciado nas aulas de Yoga até hoje através de uma linda oração. Misticamente, acredita-se que Patañjali é uma das encarnações de Adi Shesha (Vishnu).
Sobre B.K.S Iyengar


BKS Iyengar nasceu em uma família pobre, sendo o 11º de 13 filhos.  Ao longo de sua infância lutou com contra severas doenças, como: malária , tuberculose , febre tifóide , e desnutrição.

Na idade de 15 anos, seu cunhado, o yogin Krishnamacharya , pediu para que fosse a Mysore cuidar de sua irmã, e o convidou para praticar Yoga com o objetivo de melhorar a sua saúde.

No início, previu que o adolescente, sem flexibilidade e doente, não chegaria a ser bem sucedido no Yoga. 
Foi negligenciado e encarregado de tarefas domésticas. Somente quando  Krishnamacharya perdeu seu aluno mais proeminente foi que começou seu treinamento de yoga. 
Iyengar sistematizou seu próprio método de Yoga, hoje em dia conhecido e praticado em todo o mundo e, em 2004, foi nomeado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.
Para a Puja (adoração, ritual sagrado) das suas aulas, o mestre Iyengar canta um lindo hino honrando o pai da Yoga Patañjali.
Curta este lindo áudio (download free) onde Iyengar ensina, frase por frase, a entoar esta melodia clássica.



Invocação à Patañjali

yogenacittasyapadena vacam
malam sarirasyacavaidyakena
yopakarottampravarammuninam
patanjalimpranjaliranato'smi


abahupurusakaram
sankhacakrasidharinam
sahasrasirasamsvetam
pranamamipatanjalim

O significado da Invocação
por Geta Iyengar
Os dois slokas (versos) que cantamos servem para invocar Patanjali (autor do Yoga Sutras).
No hino é dito que, em primeiro lugar, Patanjali é considerado a encarnação de Adi Shesha, que é o assento do Senhor Vishnu, o mantenedor deste mundo.
Diz-se que ele outorga três ciências diferentes para que as pessoas melhorem a si mesmas.
O primeiro é yoga.
Yogenacittasyapadenaa vacam
Para purificar a mente (citta), a consciência, Patañjali nos deu a ciência do yoga (yogena). Para purificar o nosso uso das palavras (pada) e fala (vaca), fez comentários sobre a gramática de forma esclarecida, distinta e pura.
Malam sarirasyacavaidyakena
Para remover as impurezas (malam) do corpo (sarira), ele nos deu a ciência da medicina (vaidyakena).
Yopakarottampravarammuninam
Deixe-me seguir próximo àquele que tem nos dado essas coisas.
Patanjalimpranjaliranato’smi
Deixe-me curvar minha cabeça com as mãos em reverência para o Senhor Patañjali.
Então, depois de conhecer o que Patañjali faz, a segunda estrofe diz sua aparência.
Para que possamos meditar em sua forma.
Avahupurusakaram
Da mão até a cabeça, ele tem a forma (Karam) de um ser humano (purusa.)
shankhacakarasidharinam
Em sua mão ele segura a concha (shankha) e o disco (cakra.)
sahasrasirasamsvetam
Em cima de sua cabeça (sirasam) ele tem mil (sahasra)
cabeças de cobra, porque ele é a encarnação do Adi Shesha, a maior cobra. Svetam representa o branco (pureza).
Pranamamipatanjalim
Eu me curvo a Patañjali.

Matéria: Sandro Shankara
Tradução da Invocação: Geta Iyengar 
Originalmente publicado aqui:  http://www.musicaindianabrasil.com